sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Não. Não é uma quintarola privada de ninguém!


Não tenho presente na minha mente os tempos de ditadura pelos quais Portugal já passou.
Tenho, no entanto, um conhecimento empírico que advém daquilo que fui lendo da história de Portugal no passado recente.

E porquê falar disso tantos anos depois? Simples… porque tem-se vivido e está-se a viver, por estas bandas, episódios muito parecidos com os do período pré 25 de Abril!

Situações de “perseguição” em que certas e determinadas pessoas são seguidas, espiadas e controladas.

Graças a uma “teia” de informadores (mais ou menos infiltrados), o “chefe” vai sabendo de tudo e vai tentando controlar tudo e todos; Onde esteve, com quem esteve, o que estava a fazer…
Faz-se pressão, de forma absurda, para descobrir, a todo o custo, todos os pormenores. Tudo ao jeito e estilo da PIDE na sua melhor faceta de “aniquilação de toda e qualquer oposição ao estado novo” (adaptado aos tempos modernos, naturalmente)!

Quando não se descobre, inventa-se. Atiram-se acusações e calúnias para a ribalta numa tentativa de confundir a opinião pública e ao mesmo tempo deixando “alguém” imune a esta poeira criada pela PIDE do presente: os BOYS!
Fica assim (ele) limpo de tudo, mesmo daquilo que é responsabilidade sua, porque é sempre “o outro ou os outros” que se portaram mal e que ficam com as culpas.

Existe um clima de medo! Medo de represálias, medo de vinganças, medo de atitudes acorbardadas!
Um medo que todos sentem, que alguns comentam à boca pequena, mas um medo de que poucos, muito poucos ousam falar abertamente.

Um clima de medo que condicionou antes e condiciona agora as acções de determinadas pessoas. Viu-se!

Tenho esperança que o “desmembramento” da teia de informadores seja benéfica e que seja inibidora de acções de maldade, retaliação e vingança.

Fica, no entanto, uma certeza: aconteça o que acontecer, “isto” ainda não é, nem nunca vai ser uma quintarola privada, de quem quer que seja, e onde “o chefe” pode fazer tudo aquilo que quer e lhe apetece!


* Adelino Silva